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Recorde de inscrições para o ENEM

Enem bate recorde de 2012 antes do fim do prazo de inscrição com seis milhões de candidatos registrados

Na manhã desta segunda-feira (27), último dia de inscrições para a edição de 2013 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o volume de candidatos já bateu o recorde do total do ano passado. Até as 11h20, segundo o Ministério da Educação (MEC), 6.342.250 pessoas fizeram a inscrição on-line. O total registrado no encerramento do período em 2012 foi de 5.971.290.

As inscrições para o Enem encerram-se às 23h59 desta segunda-feira. Para os candidatos não isentos, a taxa de inscrição, de R$ 35, deve ser paga até quarta-feira (29). Estão isentos os concluintes do ensino médio em 2013 egressos de escolas públicas e também os que têm renda familiar per capita igual ou inferior a um salário mínimo e meio.

As provas serão aplicadas em outubro próximo, nos dias 26 (sábado) e 27 (domingo), com início às 13h (horário de Brasília). Os portões de acesso aos locais de provas serão abertos às 12h e fechados às 13h, também de acordo com o horário de Brasília. Será proibida a entrada do participante que se apresentar após o fechamento dos portões.

O Enem avalia o desempenho escolar e acadêmico do estudante ao fim do ensino médio, sendo aplicado em todos os estados e no Distrito Federal. O resultado no exame permite ao candidato a participação no Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições públicas de educação superior.

O desempenho no Enem é também requisito para a participação do estudante nos programas Universidade para Todos (ProUni) e Ciência sem Fronteiras e para receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Estudantes maiores de 18 anos que ainda não obtiveram a certificação do ensino médio podem fazê-lo por meio do Enem.

As inscrições e demais informações sobre o exame estão na página do Enem na internet.

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Lançado portal que vai ajudar gestão das redes municipais de educação

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – As mais de 5,5 mil secretarias municipais de Educação do país contam agora com uma ferramenta virtual para apoiá-las a aprimorar a gestão, o portal Conviva Educação, lançado hoje (31) em Brasília por um conjunto de 11 instituições. O ambiente virtual agrupa informações para os gestores de educação de acordo com três eixos: gestão, formação e fórum.

Cada Secretaria de Educação poderá cadastrar dez usuários que terão acesso a conteúdos com orientação sobre temas como alimentação e transporte escolar, material pedagógico, serviços públicos e gestão orçamentária e suprimentos. Os usuários poderão inserir dados sobre seu município e obter relatórios com diagnóstico para auxiliar na construção de planos de ação.

“O Conviva dará uma amplitude ao que é gestão de educação e ao dia a dia dessa gestão, para fazer com que se alcance a qualidade na educação pública”, explicou a presidenta da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e secretária municipal de Educação de São Bernardo do Campo (SP), Cleuza Repulho.

Para Cleuza, a iniciativa também é importante para apoiar os prefeitos que estão iniciando agora a administração. “Os municípios tiveram um índice de renovação dos prefeitos de 70% nas últimas eleições, então, gestores que nunca trabalharam com gestão pública na área de educação assumiram os cargos”, explicou.

O site tem também espaço para um fórum de discussões e, em uma segunda etapa, vai oferecer cursos. Os secretários estaduais de Educação também podem se inscrever no site, embora os conteúdos estejam mais direcionados para a gestão municipal. A administração do Conviva é da Undime e o endereço eletrônico é www.convivaeducacao.org.br.

Para a secretária municipal de Educação de Colinas (TO), Odaléa Sarmento, a informação é fundamental para o bom planejamento das ações educacionais. “Precisamos muito da informação para que consigamos pôr em prática o planejamento. Minha expectativa com o Conviva é conseguir inserir minhas dúvidas e ter um retorno dessa comunicação em rede”.

Edição: Davi Oliveira
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil

Um "ensaio" de Mauro Santayana

Há mais o que fazer

 Mauro Santayana
Nada contra os gramáticos e seu ofício. Mas esse Acordo Ortográfico com os portugueses sempre pareceu forçado e inútil. Não é a ortografia que separa as duas línguas, o português brasileiro e o português de Portugal. É a própria visão de mundo, que se reflete na língua culta (escrita), e na conversação coloquial.

Durante muito tempo, a comunicação cotidiana no Brasil se fazia com a língua geral, que desapareceu, pouco a pouco, enquanto o português brasileiro se afirmava nos púlpitos, na poesia, nos documentos oficiais. Enriquecida dos vocábulos ameríndios e das línguas africanas, a língua brasileira começou a distinguir-se da que se falava em Portugal,  contaminada, com o tempo, de francesismos e anglicismos. 

Entre os grandes escritores portugueses do século 20, destacam-se alguns que viveram no Brasil, e se deixaram influenciar pela nossa linguagem própria, como foram, entre outros, Miguel Torga e Ferreira de Castro. Torga passou a adolescência em Leopoldina, Minas, e Ferreira de Castro viveu dos 12 anos até a idade adulta nos seringais e rios amazônicos. Os dois se encontram entre os maiores escritores portugueses do século 20. E um dos melhores livros sobre a vida amazônica da primeira metade do século 20 é o de Ferreira de Castro, A selva. É na leitura de Saramago e Aquilino Ribeiro, pelos brasileiros,  e de Jorge Amado e Guimarães Rosa, pelos portugueses,  que os dois universos intelectuais se encontram.

O Acordo pode ter agradado aos que o sugeriram e trabalharam na simplificação ortográfica, mas desagradou a grandes escritores de um e do outro lado do Atlântico. Os jornais portugueses, e seus melhores escritores, o rejeitam. Muitos acusam o Brasil de exercer imperialismo cultural e econômico nas negociações do Tratado. Em nosso país, fora alguns gramáticos (nem todos) e alguns jornalistas, o desagrado é geral.

Com o abastardamento da linguagem, na redução do vocabulário e na particular ortografia das redes virtuais, uma linguagem escrita que assegure a reprodução exata dos fonemas é necessária, a fim de que se preserve a linguagem e se mantenha a mesma forma culta em todo o território brasileiro.

Sinais gráficos como o trema e o acento circunflexo são indispensáveis para manter a identidade entre as letras e os sons.   
A presidente Dilma Rousseff agiu com prudência ao prorrogar por mais três anos a obrigatoriedade do cumprimento do Acordo. Ela atendeu à pressão dos portugueses e dos países da CPLP, mas prestou grande serviço aos brasileiros. Seria o caso de os nossos jornais, que entraram no jogo dos gramáticos, voltarem à ortografia em uso.  

É de se esperar que esses três anos devolvam o bom-senso aos legisladores daqui e “d’além-mar”, para deixar as coisas tal como elas se encontram. Temos mais o que fazer, no Brasil e em Portugal, do que banir o trema, o acento circunflexo e o hífen. E, sem tais recursos, fica mais difícil aprender a falar bem, e a pensar com clareza.

Despertar do pesadelo da educação


Filme argentino incentiva debate sobre novas formas educativas, diferentes da atual produção industrial

Pode ser que a ordem mundial esteja mudando, que o combustível das crises do norte faça funcionar os motores do sul, que os Estados Unidos passem a segundo plano e que o mundo árabe se transforme na Europa do futuro. Porém, por enquanto, dormimos e acordamos com velhos esquemas. A Educação, por exemplo, é a mesma desde o século XVII, quando o chamado despotismo ilustrado criou a educação pública, gratuita e obrigatória, que evoluiu nos séculos seguintes para o modelo de escola prussiano, adotado até hoje.

A informação está no documentário argentino A educação proibida, um filme viral que circula livremente pela internet desde sua estreia, em agosto deste ano. O longa, pensado para ser um fenômeno da web, mas que ultrapassou e muito as metas de seus idealizadores, já foi visto mais de cinco milhões de vezes no You Tube e baixado outras cinco milhões. Tanto sucesso parece vir exatamente dessa constatação de que as formas educativas que nos moldam há tempos merecem, no mínimo, uma revisão.


Por onde se olha, estudar parece um dia da marmota em eterna repetição. O sujeito entra num bom jardim infantil que o impulsione a uma boa escola, que o permita fazer um colegial forte que, por sua vez, o coloque dentro de uma boa universidade. Ele “precisa” desenvolver suas capacidades, mas dia após dia, são os interesses alheios que guiam seu desenvolvimento, sempre pautados por repetição simbólica, concorrência e um sistema de prêmios e castigos. De segunda a sexta, ficam de fora a individualidade, a criatividade, a curiosidade e o chamado pensamento divergente – aquele que ensina a ver o mundo de formas diversas, a resolver problemas, a manter a mente aberta.

Em suma, a escola, como cita o filme, é, “um estacionamento de crianças”, um espaço que costuma passar longe de reais expectativas de qualidade de vida, um mero centro de instrução onde se aprende que o futuro é melhor do que o presente e que as respostas são mais importantes do que as perguntas.
Na visão do realizador de A educação proibida, Germán Doin, muitos elementos da escola atual obedecem o modelo de produção industrial, de linha de montagem, e não respeitam o processo profundamente ético e humano que a educação deveria ser. Mas Doin espera que sua visão não fique cristalizada num produto audiovisual, ainda que ele seja popular. “Não se trata de um objeto terminado no qual você fica com a ideia do diretor e pronto, mas sim de discutir, transformar e propor ideias novamente, num processo lúdico de contínua aprendizagem”, afirma. É por isso que no site do filme estão disponíveis as várias entrevistas realizadas com especialistas em educação de visões não ortodoxas sobre o tema.

Ser felizes

A questão é: por que tocar nesse vespeiro? Na verdade, eu, filha desse sistema castrador e com memórias obscuras da infância ativadas depois de refletir sobre os temas do filme, não consigo pensar em razões para não fazê-lo.
Divulgação


Por trás do tédio da maioria das aulas a que uma criança assiste, e até mesmo nas relações entre professor e aluno e entre os próprios alunos, está implícito o objetivo de conservar as estruturais sociais e manter o poder exatamente onde ele está: nas mãos de poucos ou simplesmente nas mãos de alguém.

Além disso, todos temos que saber as mesmas coisas? Mesmo se a resposta fosse não (o que não é), como saberíamos escolher o que aprender? Muito se fala, ainda hoje, sobre paz. Então por que se educa para a concorrência e a disputa, que são o princípio de qualquer guerra? Os questionamentos não param, como acontece com crianças que, aos três, quatro anos, se deparam com o mundo como ele é.

Segundo um dos estudos citadas no documentário, 98% das crianças aos cinco anos podem ser consideradas gênios, porque combinam altos níveis de curiosidade, criatividade e pensamento divergente. Aos 15 anos, depois de experimentar a escola, só 10% mantém esses níveis e, portanto, continuam geniais – palavra que o dicionário define também como alegres e prazenteiros.

Mudar a escola, portanto, serve para sermos “meramente” felizes.

E agora?


A discussão aponta soluções, das quais a desescolorização seja talvez a mais radical. A meu ver, evitar espaço coletivo ganhará mais adeptos à medida que constatamos que o ambiente escolar é daninho. Mas torço para que a convivência e multiplicidade de olhares prevaleçam em nome, justamente, da criatividade e da individualidade.

Sim, o tema é apaixonante – ou então revoltante, se virarmos a moeda. Tão intenso, que um documentário de quase duas horas e meio, esteticamente e narrativamente pouco exigente, concentra ao seu redor uma discussão que tardou em começar, mas que vem em boa hora.

Nossa visão de educação ficou velha e precisa morrer. Só assim, não será outra vez dia da marmota. E a antiga ordem pode então desabar.

Alunos do Bolsa Família se destacam na avaliação do Ideb


Algumas escolas com notas mais altas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica têm maioria dos estudantes beneficiários do programa. Hoje, 18,3 mi de crianças e adolescentes recebem benefício e estão em 160 mil unidades de ensino de todo país
Ascom/MDS
Tabela - Escolas com maioria de alunos no Bolsa Família
Tabela - Escolas com maioria de alunos no Bolsa Família. Clique na Imagem para Ampliar
Brasília – Alunos beneficiários do Programa Bolsa Família estão entre os melhores do país. Algumas das escolas com as notas mais altas no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) têm a maioria dos estudantes beneficiários do programa de transferência de renda coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Atualmente, são 18,3 milhões de estudantes beneficiários espalhados em 160 mil escolas em todo o país. Dessas, 17.572 têm mais matrículas de alunos do Bolsa Família (superior a 50%) que não participantes do programa, totalizando 4,5 milhões de estudantes.

Na pequena Pedra Branca, a 300 quilômetros de Fortaleza (CE), duas escolas empataram com o melhor índice no estado (8,1) e o sexto do país. Ambas estão na zona rural do município e têm mais de 90% dos alunos beneficiários do Bolsa Família, quase todos filhos de agricultores familiares. Embora as mais bem colocadas no ranking tenham alunos do programa, estas são as primeiras em que eles representam a maioria.

O Ceará tem 2.332 escolas com mais de 50% de alunos beneficiários do Bolsa Família, que totalizam 654,8 mil estudantes. Em Pedra Branca, são 28 instituições nessa situação.
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Empenho – Localizada a 8 quilômetros da sede do município, na zona rural, a Escola Cícero Barbosa Maciel tinha como meta para 2011 índice de 7,9 – e obteve 8,1. “O resultado reflete o empenho da comunidade escolar, dos pais e professores”, diz a diretora Maria Ducilene Pereira da Silva. Desde 2011, assinala, os alunos têm jornada ampliada, com reforço escolar. Este ano, a escola aderiu ao Mais Educação.

Maria Ducilene diz que a evasão e repetência eram altas. “Por isso, trouxemos a família para dentro da escola”. Em 2006, os índices chegavam a 40% e hoje estão em torno de zero. Ela acredita que dois motivos contribuem para o resultado no Ideb: os professores têm um dia na jornada para planejar as aulas e as turmas não são numerosas – média de 24 alunos.
A agricultora Maria Adriana de Souza Pereira tem um filho na escola. Beneficiária do Bolsa Família há nove anos, Maria Adriana diz que o colégio “puxa a orelha” se o aluno faltar a aula e, por isso, ela acompanha o desenvolvimento escolar de seu filho. “Prezo muito por ele, já que não estudei.”

Outro exemplo na cidade é a Escola Municipal Sebastião Francisco Duarte, considerada polo – composta a partir da união de salas dispersas pela zona rural, no Distrito de Santa Antonina. Isto porque, há oito anos, a prefeitura tinha 120 escolas, muitas em situação precária, e uniu algumas em núcleos. Hoje, a rede tem 60 instituições de ensino.

A coordenadora pedagógica da escola, Maria Nelziram Duarte Gonçalves, atribuiu à confiança dos pais e à competência dos professores o bom desempenho na avaliação nacional. Segundo ela, há reforço escolar no contraturno. Quando os alunos faltam, acrescenta, a escola faz visita domiciliar para saber o que está ocorrendo. Na avaliação anterior, a escola obteve índice 7,6. A meta para 2011 era de 7,8.