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Como a Suécia evita a corrupção em empresas estatais

Por Claudia Wallin
O auditor sueco me ouve com aquela expressão de quem tenta medir o QI do seu interlocutor. A pergunta é – como evitar a corrupção em empresas estatais, e impedir sua utilização como pólos de transferência de recursos públicos para grupos privados bem conectados com o poder político? A resposta, ele diz, é elementar.
“É para isso que servem auditorias independentes, regulares e transparentes sobre as operações das estatais. E quero dizer auditorias verdadeiramente independentes, que façam não apenas um trabalho de fiscalização, mas também de promoção da eficiência”, observa Dimitrios Ioannidis, um dos chefes responsáveis pela fiscalização das estatais da Suécia.
“Se você não faz isso, só pode ficar perplexo com os resultados. E quando descobre a magnitude do problema, vai dizer, “oh, isso aconteceu? Mas como isso pôde acontecer?”
“Ora, aconteceu porque fizeram aquele mau negócio, ou tomaram aquela má decisão, ou realizaram práticas corruptas. E todas essas atividades precisam ser fiscalizadas regularmente, na medida do possível, para tentar conter tais práticas”, conclui o auditor, neste exótico país onde cargos nas empresas públicas não são rifados entre partidos políticos.
Estamos na sede do Serviço Nacional de Auditoria da Suécia (Riksrevisionen), o órgão responsável pela fiscalização das empresas públicas do país. Seus duzentos auditores vigiam com mil olhos um portfolio considerável: são 49 estatais, com valor estimado em mais de 500 bilhões de coroas suecas (cerca de 60 bilhões de dólares).
Mas no modelo sueco de controle das estatais, a mesma mão que abre a ferida também previne e cura: é um sistema que dá ênfase particular a políticas de boa governança, e não apenas ao chicote.
Os auditores do Riksrevisionen têm assim a dupla missão de produzir relatórios de fiscalização, e também de eficiência – que apontam, com regularidade, correções de curso e práticas de boa gestão para melhorar o desempenho das estatais, promover seu crescimento e evitar aberrações  evitáveis.
São as chamadas auditorias de performance. Seu objetivo primeiro não é usar a lupa para caçar deslizes – e sim colaborar para o aprimoramento da gestão das empresas públicas.
Em outras palavras, o que se quer é não ter que punir.
“Não somos um tribunal”, pontua Ioannidis, assessor especial da unidade de governança de estatais no Riksrevisionen e Ph.D no tema.
“Em essência, o que fazemos é refletir. Uma constante reflexão crítica sobre a forma como as empresas estatais estão sendo administradas. Nas auditorias de performance, trabalhamos em um nível mais estratégico, por uma questão de eficiência. De manter a casa em ordem.”
De que forma?
“Fazemos perguntas como, ‘o governo nomeou um conselho de administração relevante, e verdadeiramente profissional, para esta estatal? Os investimentos da estatal das ferrovias estão sendo planejados e organizados como devem? Os riscos estão sendo considerados com prudência?”
“Porque quando as empresas públicas têm muito dinheiro, por exemplo, muitas vezes elas se tornam pouco cuidadosas na tarefa de fazer análises sérias e contundentes sobre cálculos de risco. E estamos falando de dinheiro público. Ou seja, de dinheiro dos contribuintes, que precisam ter confiança no sistema.”
Metas definidas pelo poder político para as estatais são acompanhadas de perto.
“Por exemplo, o Parlamento disse que queria ver a (estatal sueca de energia) Vattenfall se posicionar entre as empresas líderes do mercado. Mas em nossas análises, verificamos que a Vattenfall não tinha uma estratégia satisfatória de longo prazo a fim de poder alcançar aquele objetivo, e apontamos recomendações”, conta Dimitrios Ioannidis.
Os relatórios produzidos pelo Riksrevisionen são submetidos ao Parlamento, que por sua vez envia os documentos ao governo, que tem por obrigação comentar os resultados. Se o relatório recomendar correções de curso, as autoridades têm prazo de quatro meses para informar que medidas já foram ou estão sendo tomadas a fim de aumentar a eficiência de suas operações. O comitê parlamentar responsável analisa então as medidas relatadas, e o Parlamento toma uma decisão final sobre cada caso.
A prevenção da corrupção nas empresas públicas também passou a ocupar um tempo generoso nas reflexões dos auditores suecos.
“Concluímos há alguns anos este amplo estudo sobre o risco da corrupção nas estatais”, ele diz, batendo o indicador sobre o relatório de mais de cem páginas que me entrega.
“Isto não é o resultado de uma auditoria pós-fato, que acusa – “nossas estatais estão sendo corruptas”. É um estudo feito com profundidade, e que contém recomendações sobre como estar alerta para a possibilidade de ocorrência de práticas corruptas. Trata-se de um trabalho preventivo, que tem a finalidade de assegurar que nossas estatais tenham firmes regras institucionais para evitar a corrupção”.
O relatório advertiu que a prevenção da corrupção não estava sendo entendida como prioridade para as autoridades e empresas públicas suecas. E demandou a criação de diretrizes explícitas para conscientizar o comando das estatais e afiar o controle.
“O fato de a Suécia ser o terceiro país menos corrupto do mundo não significa que o risco da corrupção seja zero”, pondera o auditor. “E corrupção na esfera pública é prejudicial para a democracia e o Estado de Bem-Estar Social”.
Sem Cargos Comissionados e sem Interferência Política
Não há cargos comissionados nas estatais suecas: a direção, os conselhos de administração e toda a cadeia executiva é formada por profissionais da indústria, sem vinculação partidária. O que reduz o risco de ocorrência de fraudes com a conivência de altos executivos das empresas.
“A ambição do governo sueco é que as empresas públicas sejam geridas de forma estritamente comercial, nos moldes de uma empresa privada. Os diretores e conselheiros das estatais não podem ser, portanto, políticos ou amigos de políticos. São profissionais do setor, todos eles. Têm que saber o que estão fazendo”, ressalta Ioannidis.
Nas holdings em que o Estado detém o controle acionário, em geral o governo nomeia um representante para o conselho de administração.
“Mas não é o governo que decide diretamente quem vai dirigir as estatais. A nomeação dos executivos e dos conselhos de administração é uma das mais importantes tarefas desempenhadas por uma unidade autônoma do poder executivo, que é responsável pelas estatais e que sabe que suas decisões são controladas e escrutinizadas”, acrescenta o auditor.
É particularmente interessante, no modelo sueco, o princípio chamado de “Ministerstyre”: trata-se de um código de conduta que proíbe os ministros, assim como o primeiro-ministro, de interferir nas operações das empresas estatais, assim como das agências governamentais.
Quem quebra a regra, é diligentemente reportado ao Comitê de Constituição do Parlamento (Konstitutionsutskotet, ou KU), para uma vergonhosa sabatina pública transmitida pela TV sueca. Porque a lei que protege as estatais contra a interferência política está gravada na Constituição sueca.
“A lei que rege as estatais determina de maneira clara qual é o papel do governo e qual é o papel do conselho de administração, e estabelece princípios muito claros que protegem as empresas públicas de qualquer tipo de ingerência por parte do poder”, diz o auditor.
O auditor sueco Dimitrios Ioannidis
O auditor sueco Dimitrios Ioannidis
Freios e Contrapesos

Por que a França é alvo do terror?

"Assombrar os franceses com o fantasma de uma guerra civil"
publicado 16/07/2016
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Houellebeck: a França sob um Governo islâmico!
O Conversa Afiada tem o prazer de republicar da Fel-lha excelente artigo de Mathias Alencastro sobre a tragédia de Nice:
Acirramento recente faz da França alvo de terroristas

Para entender a razão pela qual a França é hoje o principal alvo de terroristas, é preciso recapitular as últimas décadas. Ao contrário do que a história recente sugere, a integração muçulmana na França foi em geral pacífica.

Após a morte de Malik Oussekine, em 1986, franco-argelino jogado no Sena por militantes de extrema-direita, 200 mil pessoas em 36 cidades francesas manifestaram seu repúdio ao assassinato.

Desse episódio nasceu o movimento SOS Racisme, braço ativista do governo de François Mitterrand e plataforma de lançamento para políticos de origem magrebina.

Porém, depois da primeira onda de atentados terroristas islâmicos cometidos em julho e outubro de 1995 pelo Grupo Islâmico Armado, da Argélia, as tensões intercomunitárias se agravaram.

Um fator tido como fundamental nessa evolução foi o desaparecimento do chamado "cinturão vermelho" da periferia parisiense. As políticas públicas de inclusão diminuíram com o declínio dos partidos de esquerda e o avanço eleitoral da extrema-direita. O filme "O Ódio" (1995), dirigido por Mathieu Kassovitz, retrata a banalização da violência no subúrbio de Paris.

Nos anos 2000, as tensões comunitárias assumiram dimensão nacional, com a passagem ao segundo turno do candidato de extrema-direita Jean-Marie Le Pen nas eleições presidenciais de 2002 e os motins nas periferias das grandes cidades francesas em 2005. Nicolas Sarkozy foi eleito presidente em 2007 prometendo "lavar com Kärcher (uma marca de lava-jato)" as periferias francesas.

A intensificação da agenda securitária durante o governo Sarkozy levou a uma explosão do número de muçulmanos encarcerados. Segundo relatório publicado em 2014, mais de 60% dos detentos na França são muçulmanos.

Uma desproporção patente, dado que a população muçulmana do país não supera 12%. Em 2000, a proporção de muçulmanos presos não chegava à metade.

Nesse contexto, a França virou terreno fértil para o recrutamento de terroristas pelo Estado Islâmico.

Ainda não se conhece as motivações do autor do massacre de Nice, mas todos os outros terroristas envolvidos em atentados nos últimos dois anos compartilham a mesma trajetória.

Oriundos da periferia das grandes cidades francesas, tornaram-se delinquentes de crime comum depois de anos de fracasso escolar e trabalhos precários, antes de se radicalizarem sob a influência de presos islamistas atuando dentro do sistema carcerário.

Com o ataque em Nice, capital do departamento com o maior número de eleitores de extrema-direita, mesmo sem comprovação de vínculo direto, o Estado Islâmico caminha para seu objetivo maior: assombrar os franceses com o fantasma de uma guerra civil.

Um dos livros mais vendidos do ano passado, "Submissão", de Michel Houellebecq, imagina uma França governada por um muçulmano.

A questão muçulmana na França será abordada explicitamente em 2017. No contexto de tensão após a maior série de atentados da história, a situação pode piorar.

ELE ESTÁ DE VOLTA.

Por Mauro Satayana

O lançamento, na Europa, do filme "Ele está de volta", uma "comédia" "leve" sobre o que aconteceria se Adolf Hitler voltasse à Alemanha de nossos dias, com cenas de pessoas parando, na rua, para tirar selfies com o maior assassino da História; e o relançamento de sua obra-síntese, o "Mein Kampf" - "Minha Luta", em vários países - uma edição portuguesa esgotou-se em poucas horas, esta semana, na Feira do Livro de Lisboa - mostram que, mais do que perder o medo de Hitler, o mundo está, para com ele, cada vez mais simpático, no rastro da entrega - quase sem concorrência - dos grandes meios de comunicação globais a meia dúzia de famílias e de milionários conservadores que, se não simpatizam abertamente com o nazismo, com ele comungam de um profundo, hipócrita, e tosco anticomunismo, fantasma a que sempre recorrem quando seus interesses estão em jogo, ou se sentem de alguma forma ameaçados.
 

Como também mostram o filme e o livro, e manifestações em vários lugares do planeta, defendendo a tortura, a ditadura, o racismo, o sexismo, a homofobia, o criacionismo, o fundamentalismo religioso, não é Hitler que está de volta.
 

É o Fascismo.
 

Um perigo sempre iminente, permanente, persistente, sagaz, que se esconde no esgoto da História, pronto a emergir, como a peste, com sua pregação e suas agressões contra os direitos individuais, a Liberdade e a Democracia, regime que não apenas odeia, como despreza, como um arranjo de fracos e de tolos, desprovidos de mão forte na defesa dos seus interesses.
 

Os interesses de uma elite "meritocrática" e egoísta, ou da elite sagrada, ungida por direito de sangue e de berço, na hora do nascimento.

Mineradora brasileira recebe prêmio de pior empresa do mundo



BRASILIA/BRASIL - A mineradora Vale - antiga Companhia Vale do Rio Doce - foi eleita a pior empresa do mundo por causa do seu histórico de violações dos direitos socioambientais, credenciais que a colocam no status de "Inimiga Número Um da Humanidade" e verdadeiro tsunami ambiental do planeta.
Por ANTONIO CARLOS LACERDA
  
O prêmio Public Eye Awards foi entregue pessoalmente ao presidente da Vale, Murilo Ferreira, pela Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale, pelas numerosas violações dos direitos socioambientais que a Vale promove nas regiões onde estão instalados seus projetos, bem como acusações de evasão fiscal e dívidas bilionárias.

A Vale foi indicada e ganhou o prêmio de pior empresa do mundo por violar direitos fundamentais no Brasil e em mais 39 países, provocando danos aos seres humanos e ao meio ambiente. Ela teve 25.043 votos, no site da Public Eye Awards, concorrendo com as empresas Tepco - responsável acidente nuclear de Fukushima - (24.245), Sansung (19.014), Barclays (11.107), Syngenta (6.052) e Freeport (3.308).

Ao receber o prêmio, o presidente da Vale afirmou não considerar a premiação, por envolver organizações estrangeiras, que, na opinião de Murilo Ferreira, "querem bloquear o desenvolvimento do Brasil".
Ao ser questionado sobre a participação da Vale nas violações cometidas por Belo Monte e TKCSA, Murilo Ferreira se desresponsabilizou das acusações, alegando que embora as reconheça - as violações - a Vale não teria controle sobre esses projetos. "TKCSA e Belo Monte estão fora do meu controle. Somos sócios minoritários. Dentro da TKCSA só podemos ir ao banheiro, quando podemos".

A entidade afirmou que Murilo Ferreira se omitiu diante das questões levantadas sobre a duplicação da estrada de ferro Carajás, violação dos direitos trabalhistas e sobre a preservação dos recursos hídricos. No caso da Serra da Gandarela, o presidente da Vale informou que o projeto Apolo está parado por falta de recursos, mas sua assessora confirmou que a Companhia continua realizando prospecções e pesquisa na última serra intacta de Minas Gerais.

Ele disse ainda que são infundadas as acusações de envolvimento da Vale nos assassinatos de trabalhadores, na Guiné. Quanto a Moçambique, o presidente da Vale se limitou a reconhecer que haveria problemas com os assentamentos de Moatize e não especificou que medidas a empresa vem tomando para solucioná-los.
Murilo Ferreira se omitiu diante as questões levantadas sobre a duplicação da estrada de ferro Carajás, violação dos direitos trabalhistas e sobre a preservação dos recursos hídricos.

Denúncias
Em Piquiá, no município de Açailândia, no Maranhão, a população sofre com vínculo ambíguo e predatório da Vale com as guseiras, envolvidas em trabalho escravo, desmatamento e poluição. Há indícios de um aumento significativo no número de mortes devido a câncer nos pulmões na região.

Em Minas Gerais, no quadrilátero ferrífero, a Vale já destruiu a maior parte das áreas de cangas ferruginosas que, associadas à formação geomorfológica, protegem os mananciais de água. A atividade predatória põe em risco a segurança do abastecimento público de água, no Estado.

Foram apresentadas também denúncias de práticas antissindicais da Vale e o descumprimento do Termo de Acordo de Conduta (TAC), junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), na unidade de Araucária, no Paraná.

No Estado do Espírito Santo, Sudeste do Brasil, além da poluição que inclui a emissão de material particulado, inclusive de gases cancerígenos, a Vale é acusada de despejar minério no mar, formando uma jazida de 150 mil metros cúbicos no mar de Camburi, litoral da capital, Vitória, contaminando a região.

No Sul do Estado, em Anchieta, a empresa se esforça para retirar da localidade de Chapada do A 73 famílias descendentes de indígenas para construir a Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU).

Em âmbito internacional, a Vale é responsável pelo processo de expropriação e deslocamento compulsório de mais de 1300 famílias em Moçambique, segundo a Justiça Global. " Recentemente, seis pessoas foram assassinadas em uma mobilização de operários que reclamavam a falta de cumprimento da Companhia de acordos trabalhistas. Lideranças locais acusam a Vale de ter fornecido veículos usados para reprimir os manifestantes".

O prêmio internacional Public Eye Awards é conhecido como o Nobel da vergonha corporativa mundial, e concedido a empresas com graves passivos sociais e ambientais por voto popular. O prêmio foi anunciado durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

Reivindicações
Dentre as reivindicações da Articulação estavam a solicitação de que as obras de duplicação da ferrovia Carajás aconteçam, como previsto em lei, somente após a realização de audiências públicas em todos os municípios afetados pela construção, e com a consulta prévia das comunidades tradicionais diretamente impactadas.

Também foi solicitado que a empresa se retirasse do consócio de Belo Monte. Em Altamira e na região do Xingu, as populações indígenas e ribeirinhas têm sofrido diversas violações de direitos por conta da construção da hidrelétrica. Além disso, a região sofre com a intensificação do tráfico e exploração sexual e violência de mulheres, crianças e adolescentes.

Vale e TKCSA

A Vale é sócia da TKCSA e fornecedora exclusiva do minério de ferro. Desde 2010, os moradores do entorno da TKCSA são obrigadas a conviver e respirar partículas derivados do funcionamento da empresa que até hoje funciona sem licença de operação. São muitos os relatos de problemas dermatológicos e respiratórios (constatados em relatório da Fiocruz.).

Esses mesmos moradores convivem com o barulho frequente dos trens, rachaduras nas casas pela trepidação e a poeira de minério deixada pelos trens. Além disso, os pescadores estão proibidos de pescar desde 2006, por conta das áreas de exclusão de pesca criadas com o funcionamento do porto.

Internacional

Em âmbito internacional, a Vale é responsável no processo de expropriação e deslocamento compulsório de mais de 1300 famílias, em Moçambique. Recentemente, seis pessoas foram assassinados em uma mobilização de operários que reclamavam a falta de cumprimento da Companhia de acordo trabalhistas.

Lideranças locais acusam a Vale de ter fornecido veículos usados para reprimir os manifestantes.

Public Eye Awards

Em 2012, a Vale venceu o prêmio internacional Public Eye Awards, conhecido como o Nobel da vergonha corporativa mundial e concedido a empresas com graves passivos sociais e ambientais por voto popular. O prêmio foi anunciado durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A Vale foi a vencedora com 25.041 votos, ficando à frente da japonesa TEPCO, responsável acidente nuclear de Fukushima.

Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale

A Articulação Internacional dos Atingidos pela Vale é composta por populações e comunidades atingidas, movimentos sociais, organizações e centrais sindicais de diversos países que sofrem violações de direitos cometidos pela Vale.

Estiveram presentes: a Sociedade Paraense de Direitos Humanos, o Sind-Química-PR, Pacs, Justiça nos Trilhos, Movimentos pelas Serras e Águas de Minas e Justiça Global.


ANTONIO CARLOS LACERDA é correspondente internacional do PRAVDA.RU no Brasil.


O que é ser mãe na Escandinávia Email

Uma estrangeira radicada na Noruega faz um relato sobre isso.

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Uma das causas fundamentais do Diário é uma sociedade justa. A Escandinávia é um exemplo disso. O texto abaixo, publicado originalmente no blog de uma francesa radicada na Noruega, é uma pequena amostra do inspirador avanço social escandinavo.
Primeiro você deve saber que a família e maternidade são valores muito elevados na sociedade norueguesa. Natural de outro país, a França, isso é muito claro para mim.
As crianças são realmente priorizadas na Noruega. Há um dia do ano em que isto é extremamente óbvio: 17 de maio. Nesta data, que é o Dia Nacional da Noruega,  as crianças desfilam na rua.
Em Oslo, você vai ver um enorme desfile de crianças: cada escola leva todos os seus alunos para a comemoração. As crianças andam pelas ruas cantando e rindo.
Na França, em nosso Dia Nacional, 14 de Julho, tropas militares desfilam pelas ruas. Para mim, a maneira dos noruegueses de celebrar seu dia nacional mostra que as crianças são a prioridade de sua sociedade e da nação.
As crianças desfilam no Dia Nacional da Noruega
As crianças desfilam no Dia Nacional da Noruega
A licença maternidade na Noruega é uma demonstração disso também. Aqui está aquilo a que uma mãe norueguesa faz jus, ao ter um bebê:
- Licença maternidade, com salário de 100%, durante 46-47 semanas (11 meses), ou salário de 80% durante 56 semanas. (O pai tem direito a 10 semanas de afastamento para ajudar a cuidar do bebê.)
- Após a licença, você volta para a sua posição, sem qualquer problema. Sua posição é garantida.
Além disso, um subsídio do governo é oferecido às mães que  decidem ficar em casa com a criança até que ela complete dois anos de idade.
Outra coisa boa é que na Noruega nenhuma mulher é obrigada a ficar em casa para cuidar de seus filhos por não poder arcar com uma creche. O governo subsidia as creches. Como a semana de trabalho padrão é 37,5 horas, a mãe pode facilmente continuar sua carreira.
Não sabia sobre isso até me mudar para a Noruega. Agora me sinto bem. Se eu tiver um bebê aqui, serei capaz de cuidar dele e de manter minha carreira, se eu quiser fazer isso.
Estou curiosa para saber sobre como é a licença de maternidade no seu país. O que você acha do modelo norueguês?

Reino Unido tem 13 milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza

by bloglimpinhoecheiroso

Entre 2011 e 2012, 128.697 pessoas recorreram a estes bancos. Em 2012 e 2013, a cifra quase triplicou: 346.992. Já há mais de 400 bancos de alimentos no país.
Marcelo Justo, via Carta Maior

É a sexta economia mundial, origem da Revolução Industrial, ex-império que dominou o mundo tem cerca de 13 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza. Com um duro plano de austeridade que está socavando lentamente o Estado de Bem estar, salários estagnados, explosão do emprego temporário e de meio turno, muitos têm que recorrer aos bancos de alimentos das ONGs no Reino Unido.

A Fundação Trussell Trust tem mais de 400 bancos de alimentos em todo o país. O impacto do programa de austeridade aplicado pela coalizão de conservadores e liberais democratas desde 2010 é claro. Em 2011-2012, 128.697 pessoas recorreram a estes bancos. Em 2012-2013, a cifra quase triplicou: 346.992. “Há muita gente que come uma vez ao dia ou tem que escolher entre comer e acionar a calefação em pleno inverno”, disse à Carta Maior o diretor da Trussell Trust Chris Mould.
Os especialistas medem a pobreza em termos absolutos (virtual incapacidade de sobrevivência) e relativos (em relação à renda média e às expectativas de uma época). Hoje em dia não ter uma geladeira é um indicador de pobreza; em 1913, data de invenção da geladeira doméstica, era um luxo. Segundo o Trussell Trust, um de cada cinco britânicos se encontram hoje em situação de pobreza relativa ou absoluta. “É fácil esquecer que se pode cair muito rápido nesta situação. Uma demissão, uma conta muito alta de eletricidade, uma redução dos benefícios sociais, um drama familiar e essas pessoas ficam sem nada”, explica Mould.

Esta pobreza se estende para além do desemprego. A atual taxa de desocupação de 7,7% (2,5 milhões de pessoas) encobre um panorama social complexo. Quase 1,5 milhão de pessoas tem trabalhos de meio turno e com salários baixíssimos que geraram o movimento pelo chamado “living wage” (salário digno).

O percentual de subempregados (que desejariam trabalhar mais se pudessem) aumentou de 6,2% em 2008 para 9,9% hoje. “A maioria da ajuda estatal não vai para os desempregados, mas sim para pessoas que estão subempregadas ou têm salários muito baixos. Muitas vezes pela própria instabilidade destes trabalhos as pessoas entram e saem de situações de extrema necessidade”, diz Mould.

A esta pobreza de receita se somam outras formas no Reino Unido, como a chamada “pobreza energética” dificilmente visualizada na América Latina seja pela diferença climática ou porque ainda não foi conceitualizada. Este nível de pobreza afeta cerca de 3,4 milhões de pessoas (cerca de 6% da população) que tem que gastar mais de 10% de suas receitas para “manter um nível adequado de calefação” durante os cinco meses ou mais de duração do inverno britânico. Muitos não têm escolha e deixam a calefação desligada porque não podem pagar as contas.

Um caso particular
Uma britânica que não pode ligar a calefação no inverno é Geraldine Pool, de Salisbury, sudoeste da Inglaterra, diagnosticada com depressão, divorciada, com um filho e sem trabalho. A Carta Maior conversou com Pool, um caso típico do impacto devastador que a austeridade está tendo em muitas vidas. “Em 2011 perdi meu trabalho em uma biblioteca pública pelos cortes do governo. Desde então, busquei trabalho em administração, supermercados, seja o que for, mas é muito difícil para alguém com mais de 50 anos porque sempre preferem os mais jovens”, disse Pool.
O Estado paga a ela 61 libras semanais (99 dólares) a título de seguro desemprego e fornece assistência habitacional. “Não é suficiente. Se uso a calefação, as contas sobem para quase 300 libras semanais”. Neste momento não tenho água quente. Tenho que esquentar a água para me lavar”, explica Pool.

Pool tinha ouvido falar dos bancos de alimentos, mais foi por causa de sua médica do Sistema Nacional de Saúde que acabou indo a um. “Não queria recorrer a isso. Mas foi fundamental. Com os “vouchers” (vales) me deram latas de carne, peixe, massa, leite, açúcar. Umas seis semanas depois, no último Natal, tive um segundo pacote muito completo de alimentos”, assinalou à Carta Maior.

Os Bancos de Alimentos procuram trabalhar muito perto da comunidade e funcionam com as contribuições voluntárias da população e, em muito menor medida, de supermercados ou fazendeiros. “Cerca de 95% dos alimentos que temos vem das pessoas a quem pedimos que adquiram dois itens adicionais em um supermercado que sirvam para uma nutrição balanceada”, informa Mould.

Os bancos se conectam com figuras chave da comunidade em consultórios médicos, hospitais, serviços sociais, igrejas e, em alguns casos, da polícia que identificam as pessoas que podem necessitar estes vales para ter acesso a um pacote de alimentos. Em um caso raro de sensibilidade social, a polícia de Islington, no norte de Londres, não prendeu um jovem que havia tentado roubar pão e ovos de um mercado, após passar dias sem se alimentar direito. Quando a pessoa em questão, Adam, relatou seu drama o levaram ao banco de alimentos onde, segundo o testemunho dos próprios policiais, começou a chorar.

A Trussell Trust calcula que necessitará uns “200 ou 300 bancos de alimentos mais” para cobrir todo o Reino Unido, mas é consciente que, com toda sua boa vontade, funciona como um paliativo: necessário, muito útil, mas insuficiente. “Nós intervimos nestes momentos de emergência e se for necessário ampliamos nossa assistência. Mas o que é preciso é uma política social para o emprego, a habitação, salários dignos e estímulos ao crescimento. Devido a todos os cortes que ocorreram, estamos inundados de trabalho”, apontou Mould à Carta Maior.
Tradução: Marco Aurélio Weissheimer.

Sete fatos que você precisa saber sobre o novo prefeito de Nova Iorque

by bloglimpinhoecheiroso
Bill de Blasio nos anos de 1980, quando apoiava o movimento sandinista.
Bill de Blasio é filho de simpatizantes do comunismo e casado com uma mulher negra, ativista LGBT. Sua lua de mel foi em Cuba.
Dodô Calixto, via Opera Mundi
Os democratas venceram a eleição na terça-feira, dia 5/11, e estão de volta à prefeitura de Nova Iorque após 20 anos. O novo dirigente, Bill de Blasio, foi militante de esquerda nos anos de 1980 e projeta um plano progressista para cidade. Conheça sete fatos marcantes da trajetória do novo prefeito:
1. Pai comunista. Warren Wilhelm, pai de Bill de Blasio, teve carreira promissora como economista no Departamento de Comércio do governo norte-americano antes de servir ao Exército. No entanto, sofreu boicote de outros funcionários quando descobriram que ele e sua esposa argumentavam em favor do comunismo. Sanções e declínio profissional levaram o economista ao alcoolismo.
2. Mudança de nome. Na verdade, o nome no registro de nascimento de Bill de Blasio era Warren Wilhelm, Jr., em homenagem ao pai, que perdeu a perna esquerda na 2ª Guerra Mundial. Após seguidos casos de alcoolismo e violência, os pais de Bill de Blasio se divorciaram. Após a separação, ainda no ensino médio, o novo prefeito de Nova Iorque decidiu, na época, adotar o apelido de infância – Bill – e o sobrenome italiano da mãe – de Blasio. A alteração foi feita formalmente em cartório. “Estava bastante irritado com a separação”, disse Bill, em entrevista recente.
3. Apoio ao movimento sandinista. Um dos momentos mais marcantes da carreira política de Bill de Blasio aconteceu em 1988, quando o novo prefeito de Nova Iorque visitou a Nicarágua para entregar ajuda de uma organização de esquerda dos EUA. Naquela época, De Blasio tinha 26 anos e o governo sandinista nicaraguense enfrentava uma guerrilha apoiada pela administração de Ronald Reagan (1981-1989).
Após voltar da visita ao país, o novo prefeito manteve seu respaldo aos sandinistas colaborando com um grupo chamado Rede de Solidariedade com a Nicarágua, embora depois tenha se desvinculado progressivamente. Segundo de Blasio, ele estava desencantado pela maneira como os sandinistas tratavam oposição e imprensa.
4. Trabalho com Hillary Clinton. Bill de Blasio foi gerente de campanha de Hillary Clinton. No entanto, foi demitido sob a justificativa de ser “politicamente fraco” e “não decisivo”, na visão do casal Clinton. Na época, o jornal The New York Times chegou a escrever um artigo de opinião, condicionando a fraca campanha de Hillary à falta de poder de decisão do então gerente Bill de Blasio. Ambos, no entanto, mantiveram um bom relacionamento. Hillary inclusive organizou um evento para arrecadar fundos para as eleições de Nova Iorque no mês passado, angariando mais de US$1 milhão para campanha de Bill.
5. Casado com mulher negra e ativista de direitos LGBT. Bill é casado há 19 anos com a poeta Chirlane McCray, de 58 anos, conhecida pela atuação militante na organização radical de feministas e lésbicas negras Combahee River Collective, na década de 1970.
6. Lua de mel em Cuba. Contrariando a legislação norte-americana que proíbe viagens a Cuba, o casal de Blasio passou metade da lua de mel na Ilha. Os filhos herdaram a miscigenação da cor branca de Bill de Blasio e da cor negra de Chirlane McCray.
7. Despejo em Nova Iorque. Em 1983, graças a um problema contratual, Bill de Blasio foi expulso do apartamento em que morava em Nova Iorque. Ainda candidato, citou diversas vezes o episódio para defender uma política de moradia popular aos nova-iorquinos. A promessa é de construção de mais de 200 mil casas populares na cidade.
Com informações da Mother Jones, Agência Efe, O Político, Washington Post
Bill e sua familia na festa da vitória

Aqui não se tira mais o sapato!

Itamaraty convoca embaixador britânico para tratar da retenção de brasileiro em Londres

O Ministério das Relações Exteriores convocou na manhã de hoje (19) o embaixador britânico em Brasília, Alexander Ellis, para demonstrar a insatisfação do governo brasileiro em relação à retenção de David Michael Miranda por nove horas no Aeroporto de Heathrow, em Londres, ontem. 
A informação foi divulgada agora há pouco pelo chanceler Antonio Patriota.
Para Patriota, não há explicação razoável para o que ocorreu no aeroporto londrino. 'Não há justificativa para o tratamento que foi dado a um cidadão brasileiro sobre quem não pesa qualquer suspeita de envolvimento com o terrorismo ou outra atividade ilícita, retido durante nove horas incomunicável. 

Esperamos que isso não se repita. Será muito importante transmitirmos isso de maneira muito clara ao governo britânico'.

Patriota também pretende conversar ainda hoje com o chanceler britânico, William Hague, sobre a detenção do cidadão brasileiro. Ele participou no Rio de uma cerimônia em homenagem a Sérgio Vieira de Mello, brasileiro que morreu há dez anos em atentado terrorista em Bagdá, quando chefiava a representação das Nações Unidas no Iraque.

Antes de conversar com a imprensa no Rio de Janeiro, Patriota havia criticado 'desmandos e desvios' que vêm sendo cometidos em nome do combate ao terrorismo no mundo, em discurso durante o evento. O chanceler brasileiro disse que o combate ao terror deve respeitar o direito internacional.

O brasileiro David Miranda é companheiro do jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que denunciou, em matérias publicadas no jornal britânico 'The Guardian,' a estratégia de ciberespionagem do governo dos Estados Unidos. 

As reportagens foram baseadas em documentos fornecidos por Edward Snowden, ex-funcionário de uma empresa terceirizada que prestava serviços à Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA).

Greenwold disse hoje, na chegada de David Miranda ao Rio, que o episódio era uma forma de intimidá-lo. O brasileiro desembarcou cedo no Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão. Ele contou que foi abordado no aeroporto de Londres por vários homens que lhe disseram que seria levado a uma sala para ser interrogado.

 'Fizeram perguntas sobre a minha vida inteira e ainda levaram o meu computador, o videogame, celular, máquina fotográfica e cartões de memória', relatou.

F-18 o escolhido...de acordo com a Reuters‏

O Brasil está perto de fechar com a fabricante de aeronaves norte-americana Boeing a compra de caças F/A-18 Super Hornet em uma das disputas mais cobiçadas do mundo após o vice-presidente dos EUA, Joe Biden, visitar autoridades do governo brasileiro em Brasília e sanar dúvidas, segundo fontes da agência Reuters.

Biden se encontrou com a presidente brasileira Dilma Rousseff na sexta-feira passada e assegurou-a de que o Congresso dos EUA provavelmente respeitará o acordo de transferência de tecnologia sensível ao Brasil, parte do negócio, informaram três fontes que estiveram presentes ao encontro.


O acordo envolve a compra de 36 caças por um valor próximo de US$4 bilhões, com possíveis aquisições posteriores que podem elevar o valor do contrato com o tempo. Isto representaria um grande prêmio para as empresas de defesa norte-americanas num momento em que os EUA e muitos países europeus estão enxugando os orçamentos de defesa.


A presidente Rousseff ainda não tomou a sua decisão final, e o momento do anúncio ainda não está claro, segundo dito pelas fontes.


Mas comentários da presidente para Biden e outros acontecimentos recentes sugerem a preferência pela Boeing, sendo que uma decisão deve ser anunciada antes da visita de estado que Dilma fará à Casa Branca para se encontrar com o presidente dos EUA, Barack Obama, em outubro.


“Se for a Boeing, Biden merece muito dos créditos por isso” disse uma autoridade brasileira.


A principal desconfiança de Dilma em relação à proposta norte-americana sempre foi a possibilidade do Congresso dos EUA vetar a transferência de tecnologia em função de preocupação com relação à segurança nacional. O Brasil possui relações cordiais com os Estados Unidos, mas irritou alguns congressistas nos últimos anos por meio de suas interações com o Irã, a Venezuela e outros países que antagonizam com Washington.


Dilma, uma militante pragmática da esquerda, disse que a tecnologia é até mesmo mais importante que os próprios jatos porque o negócio pode impulsionar as indústrias de defesa do Brasil, como a Embraer.

No encontro da última sexta-feira, Dilma primeiramente levantou suas dúvidas em relação ao acordo de transferência de tecnologia, disseram as fontes.

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Biden não fez promessas sobre o que o Congresso fará. Mas ele disse, do alto das suas três décadas de experiência no Senado, para tratar ponto a ponto as preocupações.



Fator “SEQUESTRATION”?

Segundo o relato de algumas autoridades, Biden explicou que os senadores democratas nunca estiveram contra as vendas estratégicas do governo Obama, enquanto que muitos dos Republicados, encabeçados pelo senador John McCain do Arizona, mostraram disposição em apoiar a negociação com o Brasil.


Biden disse que a redução do orçamento de defesa dos EUA pode reduzir qualquer tentativa de oposição ao negócio no Congresso em um acordo que auxiliará a indústria de defesa dos EUA.


Ele também citou exemplos de bloqueios feitos pelo Congresso em acordos de defesa com países situados em regiões estrategicamente difíceis como o Oriente Médio, mas não com áreas pacíficas e predominantemente democráticas como a América do Sul.

Antes que a conversa mudasse de rumo, Dilma agradeceu Biden por fornecer fortes argumentos para usar a favor da Boeing, disseram duas fontes.


Perguntado sobre a questão, um funcionário da Casa Branca disse: “Nós não nos manifestaremos sobre conversas privadas, mas no aspecto geral os EUA apoiam fortemente a proposta da Boeing.”
 
O Brasil inicialmente procurava um substituto para os caças Mirage na década de 1990, e o antecessor de Dilma declarou publicamente em 2009 que ele escolheria a Dassault.
 
No entanto, por uma série de razões, desde problemas orçamentários até ciclos eleitorais, o governo adiou a decisão sucessivamente. Executivos da companhia, alguns deles tentando convencer o Brasil por mais de uma década, diziam de forma jocosa que o Brasil não tinha intenção nenhuma de comprar caças.

Relação de longa duração

No entanto, existem razões diveersas para a presidente Dilma anunciar a decisão sobre os caças antes do final desse ano, quando a Boeing deverá ser declarada a vencedora.
Militares brasileiros tem dito sistematicamente que manter os caças Mirage será difícil após o final desse ano. Nesse meio tempo, a sensibilidade de anunciar o gasto de milhões de dólares durante um período econômico de retração poderia levar Dilma a anunciar a decisão antes de 2014, quando ela enfrentará a reeleição.
Dilma lançou o acordo como uma parte crucial do alinhamento do Brasil nas décadas que virão – uma mensagem que ela repetiu para Biden na sexta-feira.
Apesar de desafiar as vontades de Washington em questões como a da Síria, Dilma tem procura estreitar relações com os EUA. Ela recebeu um fluxo constante de secretários de gabinete e senadores, e aceitou o convite de Obama para uma visita de Estado, a primeira de um líder brasileiro em 20 anos.
Pelo seu lado, os EUA, pela primeira vez na história da USAF, escolheu a Embraer em fevereiro para o fornecimento de 20 aviões de ataque leve – um negócio que muito brasileiros viram como fundamental para a escolha do F/A-18.
A Boeing também aprofundou seu relacionamento com a Embraer em tempos recentes.
Enquanto isso, o governo brasileiro tem sido menos feliz com os outros finalistas do programa F-X2. O recente acordo com a França para a construção de submarinos resultou em menor número de transferências de tecnologia que o esperado, disse uma autoridade.
França e Suécia se opuseram ao candidato do Brasil para liderar a Organização Mundial do Comércio, que ganhou o cargo no mês passado. Os Estados Unidos também apoiaram um candidato diferente, mas foram mais contidos em seu apoio, na visão de Brasil.
“Notamos estas coisas, e eles são todos os fatores que influenciam a decisão (jatos)”, disse uma brasileira. “Trata-se de muito dinheiro, e queremos escolher o parceiro certo.

FONTE/FOTOS:
 Reuters (tradução e edição do Poder Aéreo a partir do original em inglês)/USN
NOTA DO EDITOR 1: selecionamos belas imagens (na nossa opinião) para este ‘post’. Elas estão em altíssima resolução. Clique nas imagens para ampliar.
NOTA DO EDITOR 2: título original “Brazil closer to Boeing on jets deal after Biden visit”
COLABOROU: Roberto Bozzo

Lembrando a proposta da Boeing para a FAB:

(Lembrando que a lista abaixo foi obtida a partir da notificação do Pentágono ao Congresso dos EUA. O conteúdo muito provavelmente foi modificado para melhor nas revisões posteriores)
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§  Fornecimento de 28 F/A-18E Super Hornet e 8 F/A-18F Super Hornet, 72 F414-GE-400 motores instalados, peças de reposição e armas por US$ 7 bilhões.
§  4 motores F414-GE-400 para reposição
§  36 radares AN/APG-79
§  36 canhões M61A2 20mm
§  36 RWR AN/ALR-67(V)
§  144 lançadores LAU-127
§  44 Joint Helmet Mounted Cueing Systems (JHMCS)
§  28 mísseis AIM-120C-7 AMRAAM
§  28 AIM-9M SIDEWINDER
§  60 GBU-31/32 Joint Direct Attack Munitions (JDAM)
§  36 AGM-154 Joint Standoff Weapons (JSOW)
§  10 AGM-88B HARM Missiles
§  36 Pods AN/ASQ-228 (V2) Advanced Targeting Forward-Looking Infrared (ATFLIR)
§  36 AN/ALQ-214 Radio Frequency Countermeasures.
§  40 AN/ALE-47 Electronic Warfare Countermeasures Systems
§  112 decoys rebocados AN/ALE-50

Sérgio Guerra

Colaboração Petrodinho!